sábado, 3 de outubro de 2009

Separações

Antes que me perguntem, isso não é pessoal. É apenas uma situação que acontece conosco ao longo do tempo. Acontece a todos... quem nunca perdeu aquela pessoa que te deixava com falta de ar, apenas ao vê-la? O texto fala sobre isso.
A vida muda em um telefonema, num encontro na rua, numa palavra mal colocada. E aquela pessoa que você falava tudo, vai pouco a pouco escapando da sua rotina. De repente, a gente não se liga mais, perde quase tudo que havia em comum, perde a rota. Pior é quando acontece o reencontro, e não há nada para se falar. Aquele espirito que esteve colado em você, por quatro, cinco, seis anos, vai se diluindo na sua frente. E um tal de buscar culpados e culpas, dizer que não era tão bom assim... era sim ! Era o máximo.
Talvez essas conversas surjam para atenuar a dor da perda. Não ter noticias é complicado. Não contar as novidades diminuem as importâncias dela. Tudo fica sem graça.
Claro que outras pessoas virão para os dois, e que aqueles momentos novos serão curtidos. Até que naquele dia, toca aquela música, vem aquele cheiro, passa-se por aquele lugar que era dos dois. E aí as dores voltam. E uma lágrima acaba escapando, apesar do barco seguir, da viagem continuar, aquele porto que ficou para trás causa uma saudade imensa. E tenha certeza, essa dorzinha é para sempre. Misto de fracasso, lamúria, frustração, buracos no sentimento da alma. Tomara que a gente volte mesmo em outra vida, em outro patamar, em um outro momento. Nem que demore uma eternidade, há coisas que precisam ser repetidas, quem sabe corrigidas. A vida de hoje vai seguir. Ninguém precisa de ninguém para viver. No entanto, quando se perde algumas pessoas, vive-se pior. Eu estou em um desses momentos de desemparo, buraco no peito, de vazio. Não posso julgar nada, não devo cobrar o outro lado. A não ser por um detalhe... será que não dava para me avisar que era a última vez? teria feito uma grande festa, seria uma noite especial. Sei que é besteira comemorar o fim, pelo menos não ficaria no ar de quando foi o último grande momento. Porque essas coisas aparecem do nada, de surpresa como eu já disse. Como aquele primeiro encontro. Só que do primeiro encontro você realmente não esquece e do último você não consegue lembrar, já que no seu coração ainda a existe a teimosia de que segue tudo era como antes.

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