Regina Spektor nasceu no seio de uma família judaica durante a última década do regime soviético e, por conta disso, sua carreira de musicista sofreu alguns reveses; o piano em que treinara durante toda a infância teve de ser deixado para trás durante a Perestroika - a abertura econômica da União Soviética que permitiu a emigração dos cidadãos. Ela tinha apenas nove anos quando se estabeleceu com a família no bairro do Bronx, em Nova Iorque. Foi no porão da sinagoga local que encontrou um antigo piano e retomou seus estudos já influenciados pelo rock, pelo hip-hop e pelo punk.
Na adolescência, Spektor já era uma das alunas veteranas da Escola de Música de Manhattan e via suas atenções musicais divididas entre a formação clássica e os sons contemporâneos ao redor. Por conta disso, cedo acabara por juntar intuitivamente as duas influências em suas composições. Mas, até então, sua música eram apenas esboços, uma distração e complemento da escola; Regina Spektor só cogitou levá-las à sério durante uma viagem à Israel, quando outros jovens lhe disseram o quanto haviam sido tocados pelas composições; refletiu. Aos dezessete anos começou a transpor seus escritos contundentes para arranjos em voz e piano.
Talvez uma tendência à precocidade somada às experiências incomuns que vivera com tão pouca idade expliquem um pouco para que as letras compostas por Regina Spektor tenham um peso tanto incoincidente com seus 28 anos. Uma delas, em especial, costuma chamar a atenção por deixar muito claro todo impressionante nível de maturidade poética, humana e mesmo linguística de Regina Spektor. Chemo Limo, de seu segundo álbum "Sovietic Kitsch" (2004) - nome retirado do livro A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera - trás como mote central a história de uma mulher, mãe de quatro filhos, que descobre ter câncer e precisa se submeter a sessões de quimioterapia. Uma mulher especial, de reflexões pragmáticas em relação a vida que agora, pela doença, percebe o mundo através de novas sensibilidades. Sente medo, raiva e saudade ao sabor de delírios. Sente que as coisas que possui podem ser apossadas de uma nova forma: ela é rica para poder alugar uma limousine, mas anseia pilotar uma que leve outros para passear; ela está a beira da morte, mas a quimioterapia - aparentemente inútil - lhe tiraria o estilo da passagem.
Há em "Chimo-Limo" tantas metáforas, pistas, des-pistas, sarcasmos e imagens que ao total da narrativa psicológica da letra, faz surgir sobre ela diversos palpites sobre quais seriam os fatos reais sobre a vida daquela mulher. Tudo piorado pela dicção dúbia de certas frases já que ela se utiliza de cacófatos para dar versões diferentes da história. Também, por vezes, o que está sendo cantado não é o que consta no CD-book. A intriga é embalada por um arranjo que une um monotom lento ao experimentalismo improvável numa interpretação passional de Regina Spektor que nos deixa só em arrepios.
Na adolescência, Spektor já era uma das alunas veteranas da Escola de Música de Manhattan e via suas atenções musicais divididas entre a formação clássica e os sons contemporâneos ao redor. Por conta disso, cedo acabara por juntar intuitivamente as duas influências em suas composições. Mas, até então, sua música eram apenas esboços, uma distração e complemento da escola; Regina Spektor só cogitou levá-las à sério durante uma viagem à Israel, quando outros jovens lhe disseram o quanto haviam sido tocados pelas composições; refletiu. Aos dezessete anos começou a transpor seus escritos contundentes para arranjos em voz e piano.
Talvez uma tendência à precocidade somada às experiências incomuns que vivera com tão pouca idade expliquem um pouco para que as letras compostas por Regina Spektor tenham um peso tanto incoincidente com seus 28 anos. Uma delas, em especial, costuma chamar a atenção por deixar muito claro todo impressionante nível de maturidade poética, humana e mesmo linguística de Regina Spektor. Chemo Limo, de seu segundo álbum "Sovietic Kitsch" (2004) - nome retirado do livro A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera - trás como mote central a história de uma mulher, mãe de quatro filhos, que descobre ter câncer e precisa se submeter a sessões de quimioterapia. Uma mulher especial, de reflexões pragmáticas em relação a vida que agora, pela doença, percebe o mundo através de novas sensibilidades. Sente medo, raiva e saudade ao sabor de delírios. Sente que as coisas que possui podem ser apossadas de uma nova forma: ela é rica para poder alugar uma limousine, mas anseia pilotar uma que leve outros para passear; ela está a beira da morte, mas a quimioterapia - aparentemente inútil - lhe tiraria o estilo da passagem.
Há em "Chimo-Limo" tantas metáforas, pistas, des-pistas, sarcasmos e imagens que ao total da narrativa psicológica da letra, faz surgir sobre ela diversos palpites sobre quais seriam os fatos reais sobre a vida daquela mulher. Tudo piorado pela dicção dúbia de certas frases já que ela se utiliza de cacófatos para dar versões diferentes da história. Também, por vezes, o que está sendo cantado não é o que consta no CD-book. A intriga é embalada por um arranjo que une um monotom lento ao experimentalismo improvável numa interpretação passional de Regina Spektor que nos deixa só em arrepios.
K, esses dois vídeos são para você... Cris, não sei se você conhece, mas acho que você vai gostar !
11:11 (2001)

Songs (2002)

Soviet Kitsch(2004)

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Mary Ann Meets The Gravediggers And Other Short Stories (2006)
Begin to Hope (2006)

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