segunda-feira, 7 de março de 2011

Radiohead - The King of Limbs (2011)

O oitavo álbum de estúdio da banda inglesa é o contraponto de seu antecessor: se o In Rainbows foi o retorno às guitarras, King of Limbs é o abandono parcial delas. A guitarra de O'Brien ainda tem presença marcante em vários momentos do disco, como em Morning, Mr. Magpie, Little By Little e na semi-acústica Give Up The Ghost, mas não tanto quanto antes. Não que isto seja um ponto negativo -- o Radiohead se sai muito bem sem guitarras, o que já foi comprovado em Kid A (2000) e Amnesiac (2001). Mas quatro anos parece muito tempo para apenas oito canções minimalistas com duração total de 37 minutos, e sem nenhuma faixa, digamos, fora do comum.


No geral, The King of Limbs é um registro orgânico e introspectivo que alcança a profundidade através das letras provocantes e da voz aguda de Yorke, das batidas cativantes, das linhas marcantes de baixo e dos loops de teclado. Com uso mais forte de sintetizadores, a sonoridade do álbum se aproxima bastante do indie electronic depressivo de Kid A e do synth-pop experimental de The Eraser, o ótimo trabalho solo de Thom Yorke -- que, aliás, é o verdadeiro "King of Limbs" da história (saca o porquê no vídeo abaixo). Mas faltam-lhe canções intensas como The National Anthem, Go To Sleep, There There, Reckoner -- e prefiro não citar alguma faixa do OK Computer para não desmoralizar completamente o disco.

Ainda assim, vale destacar o ótimo trabalho de Colin Greenwood no contrabaixo, especialmente em Morning Mr. Magpie, Little By Little e Separator, as idéias criativas de Phil Selway para a percussão (e aqui cabe mais uma mensão à Little By Little, além da "instrumental" Feral), e os lindos falsetes de Yorke em Lotus Flower. Fora isso, é só mais um bom disco do Radiohead.






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