terça-feira, 18 de maio de 2010

Stevie Wonder

Vou tirar teia de aranha deste blog. Faz tempo que não posto nada. Eu estou sem "tesão". Este post destoa um pouco da minhas últimas postagens.Estou indo buscar minhas raizes...rs rs
Vou recomeçar com Stevie Wonder. Stevie Wonder encabeça o topo da lista dos artistas mais amados e admirados da música. Desde muito cedo, demonstrou a aptidão para cantar e tocar alguns instrumentos. O principal deles, o piano, acabou virando companheiro inseparável de carreira artística. Pode-se dizer que Wonder é tão querido e admirado quanto Ray Charles, seu grande ídolo. Uma carreira marcada pela busca incessante de canções e ritmos, é o que se pode dizer de Stevie. Quando não fala das dores de amor, está debatendo os direitos humanos e temas sociais em suas baladas.

Steveland Morris, nasceu em Saginaw, Michigan. Bebê prematuro, ficou cego depois de ser exposto a excesso de oxigênio em sua incubadora. Isso porém, nunca o impediu de externar seu extraordinário talento. Em 1954, sua família se mudou para a capital do estado, Detroit onde o pequeno Steveland aprendeu a soltar a voz na igreja. Aos 9 anos, ele já tocava bateria, teclado, piano e gaita, era considerado um prodígio. Em 1961, foi visto por Ronnie White, dos The Miracles, que, espantado com o achado, tratou de arranjar um encontro com Berry Gordy, fundador da gravadora Motown. Stevie caiu automaticamente em suas graças. Assinou seu primeiro contrato como o nome de "Little Stevie Wonder". A história estava apenas começando.
Em 1962, sai seu primeiro álbum, A Tribute to Uncle Ray no qual ele fez cover de seu ídolo. Em 1963 vem o segundo, The Jazz Soul of Little Stevie Wonder, trabalho instrumental, onde ele mostra seu talento na percussão. Os dois álbuns não venderam muito bem. Ainda em 63, little Stevie lançou um disco ao vivo, The 12 Year Old Genius. Uma das músicas, 'Fingertips', ganhou uma gravação em single e chegou ao topo das paradas de soul. A versatilidade e o som irresistível de Wonder, levaram o disco The 12 Year old... ao posto de melhor e mais rentável disco da famosa Motown. Tanto que, seus próximos cinco singles, tiveram seu mérito, mas, nunca nenhum brilhou tanto quanto este. Depois disso, Stevie parou por um período com as gravações, e foi estudar piano na Escola de Música para Cegos de Michigan.
Chegou a hora de abandonar o nome "little", já que ele tinha crescido, e na sua voz, quanta diferença. Em 1964, ele voltou com um hit dançante bem no estilo da Motown, 'Uptight (Everything's Alright)', foi sucesso número 1 na parada soul e ficou entre as cinco melhores na parada pop. Foi nessa época que Stevie começou a compor suas músicas e a moldar um trabalho com mais maturidade. Foi também por aí que lançou sua primeira canção de fundo social, um cover de Bob Dylan, 'Blowin' in the Wind', o ano era 1966. Mesmo sob o selo Motown, Wonder começa a ter um pouco mais de autonomia sobre seu trabalho, e passa a compor e co-produzir suas músicas. Ele podia ser considerado um "one-man band" tocando e fazendo arranjos de vários instrumentos sozinho.
Seu álbum de 1968 demonstra isso, em For Once in My Life, nele, além de escrever, ele co-produziu algumas faixas. Em 1969, ele acertou de novo com o hit pop-soul 'My Cherie Amour', a música foi Top Five, e 'Yester-Me, Yester-You, Yesterday', ficou entre as dez melhores, no mesmo ano.
Em 1970, Stevie co-produziu seu primeiro álbum inteiro, Signed, Sealed & Delivered. A música principal, 'Signed, Sealed & Delivered I'm Yours', outra que figurou entre as dez melhores, foi produzida por ele e pela cantora Syreeta Wright, sua futura esposa. Outros artistas da Motown, faziam sucesso gravando músicas compostas por Stevie Wonder. Os The Spinners com 'It's a Shame', e o The Miracle's, com 'Tears of a Clown', que foi hit número 1 na parada, são exemplos dos artistas que se beneficiaram do gênio criativo de Wonder.
Em 1971, aos 21 anos, ele resolveu se livrar do controle da Motown e criar seu próprio selo. Depois de o contrato expirar, sai o primeiro LP totalmente escrito e produzido por ele, Where I´m Coming From, que não foi um grande sucesso. Porém, Wonder não estava preocupado em lançar hits e sim, novos conceitos em música, os seus próprios. Pela primeira vez, ele pode usar seu teclado e seus sintetizadores exatamente como queria. Além disso, ele controlava seus lucros e royalties e tratou de montar seu próprio estúdio. Logo após, resolveu firmar um novo acordo com a Motown, e fundou a sua própria gravadora, a Black Bull Music, com seu selo e todos os direitos sobre suas músicas.
Livre dos grilhões da Motown, Stevie produziu o primeiro álbum em seu estúdio, Music of my mind, de 1972, neste, ele mesmo tocou todos os instrumentos e fez os arranjos, e ainda escreveu as músicas, com a colaboração de Syreeta. O álbum é um divisor de águas, muito mais maduro, Stevie produziu um som original, cheio de novidades, soul puro. O álbum trouxe o super hit 'Superwoman (Where Were You When I Needed You)'. Nessa música, e nos próximos trabalhos nota-se a jornada de Wonder para dentro de si mesmo. Ao mesmo tempo em que o álbum era lançado, seu casamento terminava.
Nesse mesmo ano ele produziu mais um álbum, Talking Book, resultado de sua egotrip. Neste, ele introduziu sons eletrônicos, sem abandonar o soul e o funk, suas marcas registradas.. Duas músicas se imortalizaram, e ganharam 3 Grammys: um clássico do funk, a contagiante 'Superstition', e a balada romântica 'You are the Sunshine of My Life'.
Em 1973, mais um Grammy de melhor disco do ano foi para Innervisions. Este trabalho foi concebido especialmente para tratar temas sociais, falando da sociedade atual, uma espécie de "soul social" e conscientizador. Wonder tinha pelo menos dois grandes motivos para comemorar aquele ano: O Grammy e a sorte de ter sobrevivido a um acidente de carro que quase o matou. Ele chegou a entrar em coma, mas, se recuperou sem seqüelas.
Seu próximo disco de 1974, bem menos otimista, tinha um tom um pouco mórbido, por assim dizer, pois falava da morte inevitável. Nem por isso, o disco deixou de emplacar alguns sucessos e ganhar o Grammy de disco do ano. No entando, ele estava muito concentrado na produção do segundo álbum de Syreeta, (ex-esposa), Stevie Wonder presents Syreeta, para rebater à críticas.
Em seguida, houve um período de reclusão de 2 anos para a confecção de um dos seus maiores e mais ambiciosos projetos, Songs in the Key of Life, uma espécie de box com dois LP's e um single especial, que foi considerada por muitos críticos como sendo a conclusão de sua carreira, sua obra prima. Ganhou novamente o Grammy de álbum do ano. Uma das canções do disco fez sucesso por aqui: 'Isn't she Lovely' que ele compôs para sua filha.
Depois de dispender tanta energia, Stevie se afastou novamente dos holofotes por uns tempos. E quando já se especulava sobre o fim de sua carreira, depois de 6 anos, voltou com outro top hit em 1980, o álbum Hotter Than July. O reggae com cara de balada 'Master Blaster (Jammin)', trouxe Wonder de volta aos primeiros lugares dos hankings de soul, e 'Happy Birthday', música tema da campanha para tornar o aniversário de Martin Luther King, feriado nacional nos Estados Unidos (Stevie era militante fervoroso da causa), também teve muito destaque.
O disco foi uma ruptura com as baladas e estilo desesnvolvido por ele nos anos 70, e mesmo assim, os fãs aprovaram. Com ele, Wonder ganhou seu primeiro disco de platina. Em 1981, começou a produzir uma seqüência de Hotter Than July, e como estava demorando pra sair, foi cogitado novamente pela imprensa que o gênio havia parado. Mas, lá veio Stevie Wonder, como um trator, novamente.
Em 1982, o sucesso com cunho multi-racial em dueto com Paul McCartney, 'Ebony and Ivory', foi número 1 no mundo inteiro. Em conjunto, foi lançada uma coletânea cobrindo os anos de 1972 a 1982, intitulada Original Musiquarium I, com algumas músicas novas que fizeram sucesso.
Mesmo sem ter conseguido terminar a continuação de Hotter Than July, Stevie embarcou em um novo sucesso mundial com uma trilha sonora de filme. Em 1984, ele gravou a música 'I Just Called to Say I Love You', tema da comédia estrelada por Gene Wilder, A Dama de Vermelho. A baladona, ganhou um single especial, além de cair nas graças de crítica e público, ficou no topo das paradas um bom tempo e ganhou o Oscar de melhor canção daquele ano, além de ter sido infinitamente regravada, até pelo brasileiro Gilberto Gil, que fez dela uma versão entitulada 'Só Liguei, Porque te Amo'.
De volta à ativa, finalmente, ele terminou o disco inacabado, depois de cinco anos. Em 1985, chega ao mercado In Square Circle, que traz a última performance solo de Wonder a chegar ao topo da parada pop, 'Part Time Lover', que ganhou outro platina. Participou de algumas campanhas beneficentes, como USA for Africa, para angariar fundos para o combate da fome na África, e cantou em dueto com Dionne Warwick, em 'That's What Friends are For.
Em 1987, sai o último disco da década, Characters. Um disco comercial, porém, como sempre, lançou alguns hits. Stevie se reconhe novamente em exílio voluntário até 1991. Seu próximo álbum, Conversation Peace, de 1995, ganhou dois Grammys, mas, foi um total fracasso comercial. Ainda neste ano, o rapper Coolio, adaptou a música 'Pastime Paradise', com o nome de 'Gangsta Paradise' e foi trilha sonora do filme Mentes Perigosas, no qual estrelou Michele Pfeiffer. Em 1996, aproveitando a boa fase, Stevie gravou um dueto com rapper Babyface, 'How Come, How Long'.
Em seus 50 anos de carreira, Stevie Wonder, gravou 35 álbuns, mais 28 singles e outras gravações especiais, e vendeu aproximadamente 72 milhões de discos pelo mundo. Ganhou 19 Grammys, como compositor, produtor e cantor e suas músicas estiveram entre as 10 melhores, no mínimo por 30 vezes.
A gravadora Motown lança regularmente coletâneas de Stevie Wonder, para que o legado do seu talento possa ser conhecido por várias gerações. Wonder influenciou um novo soul, que começou a surgir nos anos 90. Gerações de músicos de jazz, soul e rock, têm buscado inspiração em Stevie Wonder.
Em 2002, ele foi incluído na calçada da fama. A Time to Love, seu ultimo disco, foi lançado em maio de 2005.

Por Giseli Miliozi









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