terça-feira, 7 de julho de 2009

Laura Marling - Alas, I Cannot Swim (2008)

Laura Marling, uma cantora nascida em 1990, editou o seu disco de estreia seis meses antes do mesmo ter acontecido com o colectivo Noah And The Whale, do qual faz parte. A banda, com um culto crescente e com alguns singles bastante apelativos que propeliram recentemente o álbum “Peaceful, The World Lays Me Down” para os lugares cimeiros do top de vendas britânico, assina um registo com base na folk com um forte travo pop e uma influência assumida do punk. O disco da jovem Laura debruça-se mais sobre as raízes acústicas da folk, espalhando os frutos do seu talento por 13 breves temas.Para uma miúda de 18 anos, apresenta uma maturidade musical e literária invulgar, como se tivesse vivido em pouco tempo aquilo que nos faz aprender em muitos anos. Claro que isto pode soar a paternalismo, mas é o que inevitavelmente me vem à cabeça perante tal precocidade. Dona de uma voz melodiosa e controlada, ou seja, delicada mas forte e versátil, canta sobre factos e figuras reais e imaginárias, contando pequenas histórias como personagem ou narradora, expondo assim os seus receios, anseios e vaticínios de uma forma sensível, ora sensata ora onírica. As composições, geralmente em crescendo, alternam entre a aproximação à pop (“Ghosts”, “Cross Your Fingers”, “Crawl Out Of The Sea”) ou ao country (“You’re No God”, “The Captain & The Hourglass”) e as deliciosas baladas escritas para a guitarra acústica, mas tão bem complementadas por violino, coros e percussão. Apesar de serem canções que se aguentariam apenas com uma guitarra (como qualquer grande canção), outros dois membros dos Noah And The Whale e outros amigos dão uma ajuda importante, envolvendo o esqueleto com belos arranjos, que tanto remete para uma melancolia bucólica como para uma espécie de celebração.Revela-se aqui uma autora hábil e inteligente, capaz de canalizar o que lhe vai no coração e na alma através dos dedos e da garganta, seduzindo o ouvindo e diminuindo a distância entre a primeira e a terceira pessoa.


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