sábado, 30 de outubro de 2010

Aretha Franklin - The Best of (2008)

O maior nome do soul dos anos 60 e até hoje figurando entre os artistas mais importantes da história da música.

Aretha nasceu em 25 de março de 1942, em Detroit, Michigan, Estados Unidos, filha de um proeminente pastor negro.

Seus primeiros passos na música foram dados em corais gospel e com apenas quatorze anos já era a solista no coral de seu pai.

Aos dezoito, começou a cantar profissionalmente e já na metade dos anos 60, seus discos eram vendidos aos milhões (incluindo suas composições e produções de sua autoria).

A intensidade técnica de Aretha Franklin, sua extensão de quatro oitavas e profundidade a colocaram ao lado de Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald, entre as maiores cantoras da história.




quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Eulogies - Here Anomymous (2009)

Foi criado há cerca de três anos, em Los Angeles, California. Seu primeiro disco homônimo foi lançado em Setembro de 2007, Em Abril de 2009 lançaram seu segundo trabalho "Here anonymous"; Inicialmente "Here anonymous" surge como um álbum indie agradável, mas em pouco tempo você é cativado pelas canções enganadoramente simples, vestidas de um belo instrumental e ao tão suave.




The Beatles - Abbey Road (1969)

Eu realmente não sei o que é mais difícil: me reinventar o tempo todo ou escrever sobre os Beatles. Me reinventar era preciso retornar com algo de peso. Nada mais pesado, nada mais relevante que a cultuada banda de Liverpool. Banda de que gosto pouco.
A situação em 1969 - quando o álbum Abbey Road foi lançado - não era das melhores. John Lennon já havia conhecido a Yoko, o Ringo Starr já havia passado por diversas crises de complexo de inferioridade, George Harrison queria mais espaço para suas composições e Paul Mccartney aumentava cada vez mais sua influência com a ausência cada vez mais frequente de John. Os conflitos de cunho artístico e até ideológico permeavam a atmosfera dos fab-four e a banda caminhava para o fim. Mas pelo menos no caso dos Beatles, não havia como constatar algo, não havia como adivinhar o fim da história.

Os Beatles começaram em 1962, tocando em Liverpool. Um misto de composições próprias e covers dos rocks da época. Em questão de quatro anos eram a banda mais influente da história do rock. Em menos de dez anos eles mudaram de som, de visão sobre o mundo e até de visual por diversas vezes. Dos iê-iê-iês para a psicodelia mais lisérgica possível. Da ânsia em pegar na mão de uma garota adolescente até a preocupação com revoluções prontas para estourar pelo mundo nos fim dos anos 60. Dos cabelinhos tigelinha até o visual mais pesado, com longas barbas e cabelos. Um dia pensei até na teoria da banda ser extra-terrestre. Em mais ou menos oito anos, eles resumiram o caminho que uma banda deveria seguir, passaram por modificações aceleradas e sem exagero algum, conseguiram compactar toda a história do pop e do rock no pequeno período que estiveram na ativa. Com a rica discografia deles, você poderia se isolar numa ilha por muito tempo sem se preocupar com o que iria ouvir. Toda audição do som deles é uma novidade. Você nota detalhes mínimos em cada música, você avalia a performance do Paul no baixo, constata que o Ringo não era tão ruim assim, franze a testa com a mão no queixo e pensa que o Harrison era um ótimo compositor e fica prestando atenção no tom anasalado da voz do John.

O Abbey Road foi o penúltimo álbum lançado pelos Beatles, porém foi o último a ser gravado. Já era o registro de uma banda extremamente evoluída, mas não passava de uma compilação de fragmentos de uma ruína. Claro que se você entrar na atmosfera diversificada do álbum, nem vai perceber que havia uma série de discussões e conflitos.

Como se atentar para faíscas quando o álbum se inicia com a sexualmente flamejante 'Come Together'? O compasso perturbador alternado com ataques constantes de guitarra se debruçam no peso do baixo de Mccartney. A harmonia tem suas pausas estratégicas e ainda apresenta um solo simples, algo perfeitamente inserido. C, 'Something' é a música definitiva sobre o amor, sobre a admiração direcionada a quem se ama. George Harrison exibe nessa faixa o motivo pelo qual ele deveriar figurar entre os compositores da banda. A música se desenrola de uma forma tão bela, uma cadência decrescente na retomadas de harmonia, tudo, absolutamente tudo nessa canção emociona. 'Maxwell Silver Hammer' evoca uma estrutura muito semelhante à da canção do Sgt. Pepper's "When I'm Sixty-Four" com aquela levada típica de cabaré. A música conta uma história estranha de um cara chamado Maxwell e seu martelo prateado, com direito a mortes por martelada, julgamento e tudo mais. O trabalho com as cordas de guitarra conseguem ser ofuscados pela linha de piano que repousa suavemente sobre a harmonia. O rock gritado de 'Oh! Darling' é uma incrível interpretação do sentimento de desespero/humilhação feita por Paul. 'I Want You (She's so Heavy)' é a mais imponente música feita pelos Beatles. Com arranjos perfeitamente encaixados, uma bateria influenciada pelo jazz e o complemento entre dedilhadas minusciosas de baixo com acordes macios da guitarra, essa faixa é uma longa alternância entre um estilo mais descontraído e toneladas de notas alongadas e pesadas. E quando as nuvens estão caindo sobre o ouvinte, quando os intrumentos se aglomeram numa intensidade indescritível, o céu se abre e o sol aparece com a singela 'Here Comes the Sun'. Uma obra genial de Harrison que se torna ainda mais importante quando cantada por Lennon. Se você fechar os olhos e perceber a levada de violão ao fundo com as palmas, vai evidenciar a destreza de George Martin ao produzir o álbum. E a introdução do sintetizador Moog ficou perfeita, mesmo levando em consideração que eles estavam há pelo menos uma década antes da popularização dos sintetizadores no rock. 'Because' tem uma das mais belas construções harmônicas do rock, utilizando apenas dedilhadas sonolentas de guitarra e pequenos toques de baixo. O canto realmente é a atração da faixa. E quando tudo está maravilhoso, ainda melhora com a habilidade de Paul ao piano abrindo 'You Never Give me your Money'. Tristonha mas versátil, a canção explode num ritmo à la ragtime e o vocal passa de John para Paul mas isso é a última coisa que se percebe em meio a cantos influenciados pelo gospel e por uma repentina subida da guitarra que assume a frente e proporciona uma perfeita mudança de arranjo, com todos cantando:


"One two three four five six seven
All good children go to Heaven"


Diabos, vou pular algumas faixas, se não escrevo sobre todo o álbum. 'She Came In Through The Bathroom' utiliza recursos de R&B para levar o ouvinte a balançar a cabeça, os ombros num ritmo envolvente. E quando tudo fica em silêncio, a arrepiante 'Golden Slumbers' resplandece com um canto sóbrio de Paul que emociona quando se exalta e rasga o vocal no trecho 'Golden Slumbers fill your eyes/Smiles await you when you rise'. Tudo continua magnificamente triste até 'Carry That Weight' entrar no embalo da bateria e anunciar continuidade à nona faixa 'You Never Give me your Money'. E continuando naquele embalo, a profética 'The End' funciona como aquela apresentação dos membros da banda num show. Na bateria... Ringo Starr! E vem um solo de batera só pra exaltar os fã em euforia. E é isso que acontece: Ringo arregaça a boca do balão num solo tribal e mostra que não era o membro medíocre da banda (cabe citar que a faixa Octopus's Garden é de sua autoria). As guitarras são apresentadas com Lennon e Harrison se alternando em epopéias dignas de solos progressivos. Paul complementa com acordes profundos de baixo e repetidas notas de piano, só pra dar uma refinada na coisa.

Abbey Road é o álbum mais bem produzido da banda (talvez Sgt. Pepper's possa até rivalizar), e o grande trunfo do quarteto. Muita gente esquece desse álbum ao colocá-lo entre os melhores do rock, seja porque o fim já estava próximo, seja pela desunião do grupo. Mas eu tenho um jargão particular: "e isso, só os Beatles". Abbey Road é um registro coeso de uma banda em frangalhos. E isso, só os Beatles.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Nada Surf - Lucky (2008)

A primeira impressão é a que fica. Nem sempre é assim, principalmente quando falamos de música.

A primeira impressão que ficou nesse pouco tempo de audição do disco dos nova-iorquinos do Nada Surf é de que houve uma amenizada no som, como se a poeira tivesse baixado. Pianos, metais e cordas. Som requintado. Mas isso não significa que o som está "menos atraente" que o do último disco The Weight is a Gift, de 2005. Ele está soando, como um amigo meu disse, mais powerpop que o indie rock de costume. O que significa "mais powerpop"? É o fato de que há influências da energia empolgante do Big Star, uma banda que sabia mesclar o melhor da invasão britânica, com raspas de folk e uma diabólica medida de rock'n'roll em estado bruto. Em algumas melodias o power pop do Nada Surf se reveste de uma vestimenta mais sóbria e romântica, quando buscam no Badfinger alguma inspiração (e conseguem com êxito). O rock como o conhecemos embora presente, está menos agressivo que as levadas que marcaram a essência dos últimos trabalhos. Mas quem conhece a banda sabe que eles são donos de verdadeiros hinos ao amor, como 'Always Love', 'Inside of Love' ou 'Paper Boats', que gozam de melodias tão doces e encantadoras, que nem o mais grunge dos seres consegue ficar inerte ao ouvir uma dessas músicas. E em Lucky, disco que foi lançado em 5 de fevereiro de 2008, podemos ouvir muitas canções com esse estilo consagrado da banda. O trio está afiado ao entoar deliciosos acordes misturados a uma linha de baixo pesada e de bom gosto, como é o caso da faixa 'Are You Lightning?'. A voz de Matthew Caws continua serena, abastecida de uma suave rouquidão e um timbre agudo e agraciado. Com certeza essa faixa é a mais marcante, não só pela melodia em si, mas também por elementos marcantes, como é o caso de uns 'uhu-hu-hu-huus' que enfeitam a canção à partir do meio da execução. 'See These Bones' também é forte candidata a destaque do álbum, graças à constante levada da guitarra quee permanece atrelada ao fundo com uma linha de baixo incrível, pela sua versatilidade, pelos vai-e-vem que exibe na extensão da canção. 'Whose Authority' e 'Weightless' mostra que o Nada Surf continua cativante, principalmente pela parede sonora que a guitarra de Caws levanta em torno da harmonia dessas músicas. 'Here Goes Something' é uma curta canção baseada no country americano, na simplicidade de acordes amparados por uma percussão sem ornatos, e bela por sua estética rústica.

A primeira impressão é ótima. E a tendência é melhorar a cada audição. O Nada Surf está cada vez mais maduro, com um som cada vez mais polido. Tire sua conclusão C, espero que goste !




E esta das antigas, para você.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

The Dissociatives - The Dissociatives (2004)

C,  the Dissociatives é uma banda alternativa da Áustralia, fruto da colaboração entre Daniel Johns (Silverchair) e Paul Mac (DJ australiano).Paul Mac vinha participando de algumas músicas do Silverchair desde a época de Freak Show (1997) e, consequentemente, a amizade de ambos vinha crescendo. Após o final da turnê do álbum Neon Ballroombanda decidiu tirar um tempo de férias e, nesse período, Daniel Johns e Paul Mac trabalharam em algumas músicas que acabaram por serem lançadas em um EP chamado I Can't Believe It's Not Rock. Tratava-se de algo músicalmente bem diferente do Silverchair. Havia diversos elementos eletrônicos, além de o "famoso" peso das guitarras de Daniel Johns terem sido colocadas de lado. Em seguida, Daniel Johns voltou a trabalhar nas composições do sucessor de Neon Ballroom, o álbum Diorama (que será abordado futuramente neste blog). Durante a gravação de Diorama, Daniel Johns foi acometido de uma doença rara chamada Artrite Reativa, que teve seu "pico" durante os primeiros shows de divulgação do disco. A doença fez com que ele ficasse impossibilitado de tocar e andar inclusive, deixando-o de cama e assim adiando os planos para a divulgação do disco. Isso colaborou em partes com as fracas vendas de Diorama e algumas críticas não muito favoráveis ao disco, além de um desgaste com sua gravadora da época. Após o final da turnê Across the Night (turnê de divugação do Diorama), Daniel Johns passou a compor, junto com Paul Mac, as músicas do disco homônimo The Dissociatives.O álbum em nada lembra o Silverchair ou, até mesmo, o EP (embrião) I Can't Believe It's Not Rock. Trata-se de um álbum descontraído, "alegre" e com uma levada pop/rock, com diversos efeitos eletrônicos (muito bem introduzidos), entre outros instrumentos. Daniel Johns não deixou as guitarras de lado, trabalhando muito bem nas melodias das músicas. Além disso, um dos pontos fortes do álbum é o vocal do Daniel Johns, que ficou belíssimo, além dos backing vocals que ficaram excelentes (os melhores feitos pelo Daniel, até hoje). Destaque para as músicas Somewhere Down the Barrol, Horror With Eyeballs, Young Man Old Man (You ain't better than the rest) e Aaangry Megaphone Man.O álbum teve um sucesso mediano, já que foi um álbum sem grandes pretensões e divulgação.Espero que aprecie !




Me You Us Them - Pos-Data (2010)

C, ultimamente venho me impressionando com o alto nível dos lançamentos shoegazers nos últimos anos. A cada dia descubro uma pérola atrás da outra dentro deste gênero tão obscuro e distinto do rock moderno. O achado da vez é esse Post-Data, do grupo novaiorquino Me You Us Them.
Shoegaze turbinado com post-punk e recheado de texturas e muito groove. É difícil não se render à enxurrada de guitarras distorcidas, riffs angulares, batidas enérgicas e vocais grudentos que permeiam os 41 minutos do disco. Suas dez canções são tão intensas e viciantes que nem me arrisco a eleger uma melhor, embora considere a audição das faixas Re-Entry, Drugs, Big Time e iQuit obrigatória pra qualquer amante do rock que se preze.
Com este álbum o MYUT já se consagra como uma das grandes promessas dessa nova geração do shoegaze. Absolutamente sensacional!
C, se você gostou, acene com a cabeça.

domingo, 17 de outubro de 2010

Eternal Sunshine of the Spotless Mind - soundtrack (2004)

C, não sei se você já viu o filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind) de 2004. O filme é bárbaro. É um filme que fala sobre memória, passado, aquele filme "viagem". Eu adoro estes filmes. Se não viu, veja. A trilha sonora é igualmente boa. Há um cover do Beck para a música "Everybody's Gotta Learn Sometime" de Korgis. Quando eu era guri, adorava esta música.




Wolf Parade - EXPO 86 (2010)

C, essa banda lembra um pouco o modest mose. Lembra também a música dançante do The Foals. “Expo 86″ é o terceiro álbum da banda Wolf Parade de Montreal, Canadá.
A banda começou os trabalhos em 2003, abrindo shows para ninguém menos que o Arcade Fire. Isaac Brook, do Modest Mouse, além de colaborador do famoso selo Sub Pop, admirou o som dos caras e lançou o primeiro disco deles, “Apologies To The Queen Mary”, de 2005. Em 2008, veio o segundo disco, “At Mount Zoomer”.
Gostei bastante do que ouvi do Wolf Parade. É uma banda que, se não totalmente original, contribui com músicas excelentes, muito bem construídas e amarradas. “Expo 86″ nem foi lançado ainda e já o considero um dos melhores do ano. Confiram “Ghost Pressure”, minha favorita deles, até agora.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Bombay Bicycle Club - Flaws (2010)

Depois do empolgante I Had the Blues But I Shook Them Loose (2009) os londrinos do Bombay Bicycle Club decidiram simplesmente mudar tudo. Colocaram de lado os hits dançantes, os riffs, distorções e toda aquela pegada que fez do grupo uma das grandes revelações da música indie no último ano.

Em Flaws a banda se reinventa, arriscando-se por tons mais acústicos, tranquilos. O disco conta com algumas releituras de sucessos do debut, vide Dust On The Ground, que recebeu uma roupagem folk -- bem diferente da pegada dance-rock da versão original. Há também dois ótimos covers: Fairtyale Lullaby, de John Martyn e Swansea, de Joanna Newsom.
Essa mudança repentina do indie rock dançante para o acústico poderia até provocar uma sensação de estranhesa e decepção, mas não é essa a impressão que fica após os 33 minutos de Flaws. A tranquilidade perpassada pelos dedilhados suaves do violão, a beleza das letras e a voz desconcertante de Jack Steadman fazem deste um registro de extremo bom gosto, demonstrando que o BBC tem maturidade e talento suficientes para mudar sem perder a qualidade.







segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Apparatjik - We Are Here (2010)

Apparatjik é um supergrupo formado pelo baixista Guy Berryman (do Coldplay), pelo vocalista/guitarrista Jonas Bjerre (do Mew), pelo guitarrista/tecladista Magne F. (do A-Ha) e pelo produtor musical Martin Terefe. Dessa mistura de britpop com indie rock dinamarquês e new wave saiu We Are Here, um álbum de música eletrônica melódico, dançante e com tendências experimentais.
Mas pelo menos no que concerne ao pop/rock do Coldplay, a presença de Berryman parece não ter influenciado tanto na sonoridade do grupo. Por outro lado, vestígios do dream pop vanguardista do Mew estão espalhados por todo o disco, tanto nas melodias quanto nos vocais. Essa influência é bastante perceptível nas faixas Deadbeat, Arrow and Bow, Look Kids e na belíssima Antlers.

Ainda assim, tudo é muito focado nos sintetizadores e nas batidas eletrônicas, sem rodeios instrumentais e experimentalismo forçado...um som mais objetivo e divertido, mais direcionado para o synth pop -- e é aí onde entra o "lado A-Ha" do trio.



We Are Here é uma verdadeira coleção de hits imediatos; um aviso de que os Apparatjik estão aí...e não estão pra brincadeira. C, estou viajando mais não vou deixar você órfã.