domingo, 18 de julho de 2010

U2 - Pop (1997)

Muitos fãs odeiam este disco. Eu adoro e ponto. Sempre achei que esse disco foi submestimado. Talvez quem ouça agora, o veja de uma maneira diferente.
Fechando uma trilogia repleta de experimentalismos e música eletrônica, iniciada pelo U2 em 1991 com “Achtung Baby”, passando por “Zooropa” em 1993, o U2 lançou o álbum “Pop” em 1997 sem imaginar que o seu novo disco provacaria reações tão adversas entre os fãs e os críticos.

“Pop” ousou ao apostar em batidas eletrônicas e sintetizadores, deixando o Rock praticamente de lado. Esse fato para os fãs mais radicais, rendeu ao U2 a acusação de traidora, pelo fato do grupo ter ignorado o idealismo calcado em canções de teor político nos anos oitenta.
Enquanto alguns críticos de música também ajudaram a botar lenha na fogueira, outros consideraram o disco uma verdadeira obra de arte, ao explorar os limites de uma sonoridade voltada à música pop e às pistas de dança.
Toda essa controvérsia em torno do lançamento acabou ajudando o promoção do álbum, que alcançou o primeiro lugar de vendas em nada menos que trinta e cinco países, além do fato de que metade das canções do mesmo álbum foram lançadas como singles.
Se em boa parte do álbum, o grupo radicalizou gerando canções extremamente fora dos padrões do U2 como em “Discothèque”, “Mofo” e “Gone” (eu as adoro), o álbum ainda tinha espaço para uma balada que ganhou um lugar especial entre os hits da banda “Staring at the Sun” é uma balada no estilo “One” que também fez muito sucesso. Outra canção desse álbum que também merecem atenção especial é a bela "If God Will Send His Angels", que foi usada como trilha sonora do filme “Cidade dos Anjos”.
Mesmo com todas as razões quanto a relevância do álbum, o disco tem também os seus momentos fracos. A baixa se dá em “Miami” e “The Playboy Mansion" é bastante entediante, representando um revés no saldo final do álbum.
Independente de qualquer coisa, “Pop” é um álbum corajoso, repleto de bons momentos e, acima de tudo, importantíssimo para a carreira da banda e, excessos a parte, o disco entrou para a história da banda como o álbum que atingiu o ápice da experimentação e que seria responsável por dar início a mais uma nova fase da banda com o álbum “All That You Cant Live Behind”, menos grandiloqüente, mas que conseguiu atrair os velhos fãs de volta. Contudo o efeito “Pop” deixou marcas na sonoridade da banda, o que dificilmente será dissociado do som do grupo.