sexta-feira, 26 de março de 2010
Colourmusic - Yes ! (2009)
Primeiro material dessa banda de Yorkshire/Oklahoma. E que material! Com este EP, Colourmusic nos presenteia com cinco belas peças psicodélicas, carregadas de peso e euforia. É o prenúncio de um grande debut, que provavelmente sairá no começo de 2010.
Estilos: Indie Pop/Rock, Psychedelic
Faixas:
01. Yes!
02. You Can Call Me By My Name
03. Put In A Little Gas
04. Spring Song
05. The Gospel Song
domingo, 21 de março de 2010
Pearl Jam - Backspace (2009)
Dizem que o Pearl Jam mudou por causa da música "Fixer", por causa da pegada mais pop. Caraca, se for pop é um de qualidade. Não resenharei música por música, afinal isso cada um faz mentalmente após escutar o álbum.
O título já espanta. "Backspace" significa, no contexto, "retrocesso". Mas também pode significar "deletar" - o que não faz muito sentido, já que estamos falando do Pearl Jam. Atendo-se à primeira opção, concluo que a banda pretendia resgatar a sonoridade densa dos primeiros álbuns. Não conseguiu, mas o resultado foi aprazível, sem excessos. A banda não nasceu com o Grunge e, felizmente, não está presa a ele.
A faixa de abertura, "Gonna See My Friend", é uma paulada sonora daquelas, mas não é Grunge. O single "The Fixer", ritmo alegre e letra enigmática, é muito bom, mas não é Grunge. "Supersonic" é uma animada canção não-Grunge. "The End" fecha o álbum menos Grunge da história do Grunge. Mais do que compor músicas não-Grunges, o que decepcionou parte dos seus fãs, o Pearl Jam mostrou que tem capacidade inventiva suficiente para não se prender a rótulos. O grupo esquiva-se do estigma "roqueiros-revoltados-de-Seattle", mas não do de bons músicos, agora mais amadurecidos do que nunca.
Faixas: "Gonna see my friend", "Got some", "The Fixer", "Johny Guitar", "Just breath", "Among the waves", "Unthought know", "Supersonic", "Speed of sound", "Force of nature" e "The end"
Gravadora: Independente, porém distribuído pela Universal Records.
segunda-feira, 15 de março de 2010
DRESSED IN DRESDEN
Estou pensando numa resenha e não consigo escrever nada. Mas gostaria de disponibilizar o álbum. Enquanto não arrumo, pode curtir essa música e me digam o que acham da banda. Desculpe o conteúdo caídasso, mas quando melhorar a correria e meu cansaço, farei um monte de posts.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Black Lips
Já faz tempo que o Black Lips não cabe mais no rótulo “garage rock”, definição tacanha por excelência na qual insistem em enquadrar a banda. Ao contrário da grande maioria dos grupos que se escondem sob tal alcunha, o quarteto de Atlanta nunca ata as mãos e se empenha em desrespeitar com classe os limites do pseudo-gênero: suas canções não são insistentemente encharcadas de fuzz ou escalas de blues, as letras não falam apenas de garotas, carros e bebedeiras. Pior, às vezes sequer se preocupam em fazer rock direto, preferindo vias tortas como a lisergia californiana, punk oitentista, arroubos countrys, hip-hop old school e o que mais suas mentes doentias permitir.
Sendo assim, é uma excelente surpresa constatar que 200 Million Thousand, novo rebento da banda seja tão musicalmente insolente quanto o genial Good Bad Not Evil (de 2007, que a Monstro Discos lançou no Brasil ano retrasado). Relaxada, como fica evidente na produção de baixa fidelidade e com jeitão de fita demo, a banda abusa do formato guitarra-baixo-bateria para fuçar e reler de maneira particular influências tão distintas quanto obrigatórias, passando por Byrds (“Starting Over”), Troggs (“I’ll Be With You”), Sonics (“Drugs”, “Short Fuse”) e até velhas levadas cadenciadas que aludem à época em que o rap americano se preocupava mais com melodias e rimas do que com vagabas e correntes de ouro (“The Drop I Hold”).
Ainda que pareça contraditório diante de tantas associações distintas, em nenhum momento o ouvinte esquece que quem está ali dentro da bolachinha que roda no som é uma banda de rock com instrumentos e motivações orgânicas; um bando de malacos tarados por música, que ouvem de tudo, mas conseguem filtrar e extrair identidade da maçaroca de discos que ouvem. Mal comparando, o que o Black Lips faz ao borrar seus limites (e não limitações, veja bem) musicais os aproxima do que o Clash fazia nos bons tempos, tocando reggae, dub, swing e funk de um jeito punk que os tornava inconfundíveis. A diferença crassa é que, ao contrário de Strummer & seus asseclas, os americanos em questão não vão longe em suas influências, evitando outros estilos musicais fora do espectro do rock’n roll.
E se os arranjos mantêm o padrão de qualidade anárquica, as letras também não fogem à regra. Os acostumados ao senso de humor bizarro do grupo vão rir com “Drugs”, uma canção romântica cheia de segundas intenções (“Come along and take a ride with me/ I’ll make some space in my dirty back seat”) e um relato sui generis de uma experiência religiosa (“I Saw God”). O baque mesmo é a psicodélica e perturbadora “Trapped in a Basement”, que alude ao caso do austríaco Josef Fritzl, que manteve a filha presa no porão de casa durante 24 anos. Um assunto delicado e fácil de resvalar no mau gosto, o que poderia levantar o único “senão” do disco, não fosse a música tão boa (assim como era “Katrina”, do disco anterior, que sacaneava em cima da tragédia de New Orleans). Tente não sentir arrepios com o refrão cantado em falsete, vindo das profundezas de um porão: “I’m daddy’s favorite girl…”
Noves fora, com 200 Million Thousand os Black Lips seguem firmes como indivíduos nos quais se pode confiar nos dias de hoje. Ainda que não se saiba o que eles vão fazer a seguir – nem como, nem quando, nem por que.
Black Lips (2003)
Black Lips - We Did Not Know the Forest Spirit Made the Flowers Grow (2004)
download senha: thevinesperu.blogspot.com
Let It Bloom - (2005)
download senha: thevinesperu.blogspot.com
Good Bad Not Evil - (2007)
200 Million Thousand (2009)
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