quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Um dia como outro qualquer.

Se tem uma coisa que tenho aprendido ao longo do tempo (fala "o experiente") é que tudo tem uma razão para acontecer. Talvez você não entenda agora o que te acontece. Mas daqui um tempo, você vai olhar para trás e entender o porque de ter lhe acontecido. Tem coisas que são para ser. Exemplo. Ás vezes você pode estar em um café, e chega uma pessoa e te pergunta sobre o livro que está lendo. E boom. Se casam. Aquela dúvida que você tinha antes com outras pessoas, não tem mais. E se você tivesse ido ao cinema? E se você tivesse ido em um outra cafeteria? e se você tivesse chegado 10 minutos mais tarde? E se, E se.... Era para ser. Definitivamente
A maioria dos dias do ano é comum. Ele começam e terminam, sem nenhuma memória durável neste tempo. A maioria dos dias não tem impacto no decorrer da vida. Hoje, 02 de Outubro de 2009, hoje é uma sexta feira. Por volta de 00:40h. E estou pensando em uma coisa que talvez contradiz com o que foi escrito acima, esse horário meus pensamentos não são tão claros. Sim, acabei de pensar uma coisa. É que você não pode atribuir um significado cósmico a um simples evento terreno. Coincidência. É o que tudo é. Nada mais que coincidência. O que você acha ?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Wilco - Yankee Hotel Foxtrot

Há muito tempo atrás existiu uma banda chamada The Beatles. Em 66 eles lançaram um álbum chamado Rubber Soul. Um louco que atendia por Brian Wilson ouviu esse disco e teve certeza de que podia fazer melhor. Foi assim que nasceu Pet Sounds, um dos mais belos discos que o pop já pariu. Todos os quatro beatles ficaram de cara, principalmente Paul McCartney, que encontrou em Pet Sounds a pop perfeito, segundo ele próprio, em God Only Knows.
Os quatro carinhas de Liverpool entraram em estúdio e saíram com Revolver. Não se deram satisfeitos e foram ainda mais além, dando de presente para o mundo Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band, só pra gente lembrar o quanto é possível ser genial em apenas três minutos.
Brian Wilson ouviu Sgt Peppers e enlouqueceu, literalmente. Juntou os restos dos Beach Boys e começou a trabalhar em um álbum chamado Smile, que nunca foi lançado. Até hoje, quem teve acesso as muitas versões piratas de Smile diz que o disco é tragicamente genial. Brian entrou em parafuso e só voltou da viagem no começo dos anos noventa. Enquanto isso, os Beatles gostaram de provar que eram gênios e lançaram mais duas obras-primas: o White Album e Abbey Road.
Tudo isso pra dizer que grandes discos não trazem apenas grandes músicas. Eles geram grandes filhos. Yankee Hotel Foxtrot, do Wilco, ultrapassa todos os limites que um dia eu imaginei que o pop possuísse. Não se trata apenas de uma coleção de musiquinhas simpáticas e bonitinhas. YHF é o desabafo de uma geração, a prova de que não apenas se ouve música com o coração: se faz também.
Não sei ao certo ainda o impacto destas três letras sobre a minha vida. Os filhos que YHF gerou no meu cotidiano ainda dão frutos. Foi através do choque que o primeiro contato com Jesus etc causou na minha cabeça que eu descobri um monte de outras coisas. Blues Traveler com Hook e Regarding Steven talvez sejam os maiores exemplos deste estrago. Mas a estrada é longa. Jack Johnson, John Mayer, Coldplay, Ben Kweller, Elliot Smith, Grandaddy, Ryan Adams: não teria capacidade de entender nada disso se YHF não tivesse aberto um buraco ligando a minha cabeça ao meu coração.
Provavelmente ainda vou escrever muito sobre isso. Talvez textos melhores, em que eu consiga colocar em palavras o que é impossível de descrever. Mas, por enquanto, fico por aqui, com a certeza absoluta de que os ecos de Jesus etc e How To Fight Lonelliness ainda não fizeram todo o barulho que podem fazer.



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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Arcade Fire

O Arcade Fire foi formado em 2003 na cidade de Montreal, Quebec, no Canadá, pelo casal Win Butler e Régine Chassagne. A sua formação também conta com Richard Reed Parry, Tim Kingsbury, Sarah Neufeld, William Butler e Jeremy Gara. Com o lançamento do primeiro álbum, "Funeral", em 2004, pelo selo Merge Records, o Arcade Fire virou um fenômeno no cenário indie rock. Não somente devido aos elogios que o disco recebeu, mas, muito mais pelas fantásticas apresentações ao vivo. Além do básico bateria, guitarra e baixo, o Arcade Fire utiliza diversos instrumentos musicais, como xilofone, teclado, acordeão, violoncelo, violino, viola, teclado, harpa, etc. Em 2007, a banda lançou outro celebrado álbum, "Neon Bible".

Funeral (2004)

Neon Bible (2007)

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Brendan Benson

Conheci esse cara pelo seriado Skins. Na hora que a Cassie começa a dançar no seu episódio, na primeira temporada. Depois disso, o som não me saiu da cabeça, mas nunca postei nada sobre ele. E hoje deu vontade. Apesar de gravar em casa e da maneira mais lo-fi possível, ele não segue a linha garageira que recolocou a cidade de Detroit na primeira divisão do mapa do rock americano. Na verdade, nem mora mais lá – trocou a fria cidade industrial do norte pelo sol e o calor da Califórnia. Brendan Benson aposta em doces melodias, belas harmonias e homenagens a ídolos do passado, como Beatles, Kinks, Big Star, Marc Bolan e Paul McCartney & Wings. Abonico R. Smith aprova o mais recente álbum do artista, Lapalco.
Recentemente, a cidade de Detroit voltou a chamar atenção. De lá saiu uma nova geração de sons garageiros – puxada por bandas como White Stripes e Von Bondies – que recolocou o pólo automobilístico na primeira divisão do mapa do rock americano. Contudo, entre esquisitices e gravações primando pelo lo-fi um nome parece soar meio deslocado de toda essa turma – provavelmente pelo fato dele nem morar mais lá – trocou a fria cidade industrial pelo sol e o calor da California.
Brendan Benson faz tudo sozinho (ou quase, dividindo em algumas faixas as funções de compositor, arranjador e músico com o parceiro Jason Faulkner, mais conhecido por ter tocado guitarra no Jellyfish, na primeira metade dos anos 90) e em casa, da maneira mais lo-fi possível.

My Old,Familiar Friend (2009)

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Alternative Love (2005)
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Folk Singer (2002) EP
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La Palco (2002)
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One Missippi (1996)

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Leggy

Querida K, abra os olhos para ver o sol brilhar, pois o vento está calmo e os pássaros cantarão e você faz parte de tudo isso. Quero te ver sorrindo, como uma pequena criança. As nuvens farão uma cadeia de margaridas, para ver você sorrir.

domingo, 18 de outubro de 2009

Mude !

Eu ando meio sem tempo para postar coisas novas. Esse texto é muito bacana, e o tenho como plano de vida....

Mude !
Edson Marques

Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Air - The Virgin Suicides (2000)

Jean Benoit Dunckel e Nicholas Godin nasceram em Versailles e conheceram-se graças a Alex Gopher com quem formavam uma banda chamada Orange. Em meados dos anos 90, Gopher abandonou a banda para tratar da sua carreira a solo como DJ e produtor enquanto que Dunckel e Godin formaram a banda Air. Air é uma banda que, embora muitas vezes se viu incluída no campo da música house francesa, diverge muito das propostas techno pop de Daft Punk ou retro disco de Dimitri From Paris. O primeiro disco foi editado sob a forma de white labels simples que mais tarde(quando o êxito os tornou no duo mais famoso no panorama francês) foram reeditados com o nome de "Primeiros síntomas".Air gabam-se em serem herdeiros da música francesa com Serge Gainsbourg no pensamento. O certo é que os seus ambientes assemelham-se muito à imagem do café parisiense repleto de fumo da marca Gitanes do que na maioria dos seus contemporâneos. Sem dúvida alguma, uma das chaves para o seus sucesso foi sabertocar enquanto outros ainda experimentavam. Os instumentos utilizados também são importantes, pois o Moog e Rhodes são as únicas opções no teclado com o qual obtém um som retro facilmente identificável. Moon Safari, o primeiro álbum editado na editora Virgin, contava com a colaboração de Beth Hirsch que cantou um dos melhores singles do álbum(Kelly Watch The Stars) entre outros. Moon Safari tornou os Air numa banda famosa em França e com um sucesso limitado no resto da Europa, incluindo Inglaterra. Este sucesso deu-lhes uma certa popularidade que lhes deu oportunidadepara trabalhar com artistas de alto gabarito tal como os Depeche Mode ou Neneh Cherry. Depois, veio uma recompilação e a banda sonora do filme se Sofia Coppola"As Virgens Suicidas". 10,000 Hrtz é o seu trabalho seguinte que sai em 2001. Talkie-Walkie sai em 2004.

Fonte: MTV - Portugal.

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

King of Leon - Aha Shake Heartbreak (2004)

Quem não gostaria de ser um dos integrantes do Kings Of Leon? Há motivos de sobra para todo mundo querer ser um dos três irmãos Followill [Caleb, Nathan e Jared] ou o primo Matthew. Eles fazem rock mesmo, sem modismo, na contramão da decantada babação de ovo aos anos 70 e 80. São feios, esporrentos, tocam mal. Arrotam Jack Daniels barato, cantam com um sotaque ininteligível do Tennesse e, ainda por cima, fazem mais sucesso na Inglaterra que nos seus rincões ianques. Se você concorda, caia dentro. Para a alegria geral de garotos que, como eu, amavam Creedence Clearwater Revival e Neil Young, o Kings Of Leon volta à ação pouco tempo depois do lançamento de seu primeiro disco, Youth And Young Manhood, uma avis rara no meio de tantos simulacros de bandas nova-iorquinas de pós-punk temporão. Com decalques lindos e precisos das sonoridades empoeiradas do sul, esta maravilhosa instituição inspiradora de boas bandas, o quarteto saiu evocando as presenças dos citados Young e Creedence [além de ZZ Top, Tom Petty And The Heartbreakers e Greggg Allman] e pariu o sucessor de Youth And Youngmanhood, o soberbo A-Ha Shake Heartbreak, já lançado por aqui pela BMG antes de sua fusão com a Sony. Os Followill são, junto com seus compatriotas do My Morning Jacket, as melhores bandas americanas surgidas nesses anos zero. Aliás, ambas as formações parecem presas em uma fenda temporal, parada em 1975, ignorando tudo o que aconteceu depois disso. Só que o Kings Of Leon é mais chegado em um cow-punk, aquele tipo de som que detona instrumentos enquanto mastiga um capinzinho no canto da boca. Filhos de um pastor protestante que pregava em um trailer no sul dos Estados Unidos, os irmãos Followill começaram a tocar em 1998. Se apresentaram em muita igreja antes de se juntarem ao primo Matthew e decidirem formar o Kings Of Leon, aparentemente livres que qualquer influência eclesiástica em sua atitude ou som. Desde então, lançaram dois EPs [um deles, Holy Roller Novocaine, com as cinco músicas que fariam a espinha dorsal do álbum que lançariam em 2003, o já falado Youth And Youngmanhood]. Os Followill são moleques com idades entre 17 e 24 anos, que estouraram primeiro na Inglaterra – talvez porque sejam, na essência, uma mera banda de bar de beira de estrada. Não interessa tocar bem, apenas continuar tocando e manter o povo distraído. Não se engane, porém, quem pensar que o som é acessório. Nada mais renovador que, em meio ao urbanismo de bandas contemporâneas como Strokes ou White Stripes, o Kings Of Leon saia contando histórias cheias de putaria, bebedeira e pick-ups que fazem pega em cidades com caixa d´água na praça central. A vida caipira americana, talvez o que eles tenham de melhor, é evocada seja na vitalidade da banda ao executar novas velhas músicas como no simples punch que os guia.

domingo, 11 de outubro de 2009

Quero apenas segurar sua mão.

Ela vem com seus passos suaves
Amada por uns, temida por outros.
Está imortalizada na mente dos jovens
Com seus cabelos dourados e olhos selvagens

Quando caminho ao seu lado,
sou o melhor homem do mundo
Quando a deixo,
retorno sempre cambaleando.
Quando vem me cumprimentar,
fico a sua mercê.

Não tinha percebido que,
Não quero ter horas, e horas de amor.
Não quero ficar casado uma centena de anos.
Quero apenas segurar a sua mão.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Esperando

K

Começou como um sentimento,
Que então cresceu e se tornou uma esperança,
Que se tornou então um pensamento silencioso,
Que se tornou então uma palavra silenciosa,
E então essa palavra cresceu mais e mais ruidosamente,
Até se tornar um grito de guerra.
E tudo virou lágrimas
Eu voltarei quando você me chamar,
Não há porquê se despedir.
Continuo a sua espera....

Regina Spektor

Regina Spektor nasceu no seio de uma família judaica durante a última década do regime soviético e, por conta disso, sua carreira de musicista sofreu alguns reveses; o piano em que treinara durante toda a infância teve de ser deixado para trás durante a Perestroika - a abertura econômica da União Soviética que permitiu a emigração dos cidadãos. Ela tinha apenas nove anos quando se estabeleceu com a família no bairro do Bronx, em Nova Iorque. Foi no porão da sinagoga local que encontrou um antigo piano e retomou seus estudos já influenciados pelo rock, pelo hip-hop e pelo punk.
Na adolescência, Spektor já era uma das alunas veteranas da Escola de Música de Manhattan e via suas atenções musicais divididas entre a formação clássica e os sons contemporâneos ao redor. Por conta disso, cedo acabara por juntar intuitivamente as duas influências em suas composições. Mas, até então, sua música eram apenas esboços, uma distração e complemento da escola; Regina Spektor só cogitou levá-las à sério durante uma viagem à Israel, quando outros jovens lhe disseram o quanto haviam sido tocados pelas composições; refletiu. Aos dezessete anos começou a transpor seus escritos contundentes para arranjos em voz e piano.
Talvez uma tendência à precocidade somada às experiências incomuns que vivera com tão pouca idade expliquem um pouco para que as letras compostas por Regina Spektor tenham um peso tanto incoincidente com seus 28 anos. Uma delas, em especial, costuma chamar a atenção por deixar muito claro todo impressionante nível de maturidade poética, humana e mesmo linguística de Regina Spektor. Chemo Limo, de seu segundo álbum "Sovietic Kitsch" (2004) - nome retirado do livro A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera - trás como mote central a história de uma mulher, mãe de quatro filhos, que descobre ter câncer e precisa se submeter a sessões de quimioterapia. Uma mulher especial, de reflexões pragmáticas em relação a vida que agora, pela doença, percebe o mundo através de novas sensibilidades. Sente medo, raiva e saudade ao sabor de delírios. Sente que as coisas que possui podem ser apossadas de uma nova forma: ela é rica para poder alugar uma limousine, mas anseia pilotar uma que leve outros para passear; ela está a beira da morte, mas a quimioterapia - aparentemente inútil - lhe tiraria o estilo da passagem.
Há em "Chimo-Limo" tantas metáforas, pistas, des-pistas, sarcasmos e imagens que ao total da narrativa psicológica da letra, faz surgir sobre ela diversos palpites sobre quais seriam os fatos reais sobre a vida daquela mulher. Tudo piorado pela dicção dúbia de certas frases já que ela se utiliza de cacófatos para dar versões diferentes da história. Também, por vezes, o que está sendo cantado não é o que consta no CD-book. A intriga é embalada por um arranjo que une um monotom lento ao experimentalismo improvável numa interpretação passional de Regina Spektor que nos deixa só em arrepios.
K, esses dois vídeos são para você... Cris, não sei se você conhece, mas acho que você vai gostar !
11:11 (2001)

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Songs (2002)

Soviet Kitsch(2004)

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Mary Ann Meets The Gravediggers And Other Short Stories (2006)


Begin to Hope (2006)

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

TV On The Radio - Todos os discos !

O rock’n’roll não é, nem nunca foi, música branca, mesmo que nos tentem convencer do contrário. Quando muito, algumas das suas manifestações podem ser tentativas de brancos a fazer música de negros, que dão, inevitavelmente, maus resultados que acabam por funcionar bem. Foi assim no rock britânico, quando Mick Jagger e Keith Richards descobriram um ou dois discos de blues e fizeram a sua versão bastarda daquilo e voltou a ser assim no pós-punk quando John Lydon adicionou reggae e world music aos discos dos Yes que já não era foleiro ter, o que reflecia tremendamente o teor ecléctico daquela altura.Os TV On The Radio são quatro negros e um branco, e é no branco que se centra quase tudo. Na capa da Urb de Julho, David Andrew Sitek está de fato e gravata ao lado de Just Blaze e Dabrye. São, segundo a revista, os produtores mais importantes da atualidade, e é bem capaz de ser verdade. Dos beats devedores da soul e do funk de Just Blaze para quase toda a gente, de Jay-Z a Kanye West, de Foxy Brown a The Game às batidas frias e alienadas de Dabrye para a coqueluche do hip-hop indie faz todo o sentido. O que não faz sentido é, entre estes dois, um tipo do rock. Ou fará?David Andrew Sitek é, acima de tudo, um produtor magnífico. É ele a razão pela qual os Yeah Yeah Yeahs soam tão bem (isso e terem um ótimo guitarrista e um ótimo baterista), e é ele a cola que segura os TV On The Radio. No princípio, era só ele e Tunde Adebimpe, senhor de uma voz incrível e uma pinta que não lhe fica nada atrás. Negro, diz-se que ao vivo é que se pode comprovar o talento imenso do homem. Tornou-se mais ou menos um clichê dizer que é uma das melhores vozes do indie rock da atualidade.Mas serão os TV On The Radio indie rock? Na Inglaterra, qualquer banda com um riff que soe vagamente angular é classificada como “indie”, e qualquer banda que ache que a britpop não acabou nos anos 90 também. Nos Estados Unidos, qualquer banda que tenha os discos certos, especialmente os da década de 90, é indie. Basta, para isso, aparecer na banda sonora do OC. Já para não falar nos milhares de revivalismos cíclicos das mais variadas faces do pós-punk. Mas os TV On The Radio vão buscar as suas influências a um tempo muito anterior a qualquer uma destas revoluções. Vão buscar tudo à soul, ao gospel, aos blues, a décadas e décadas de música negra, e injectam-lhes, acima de tudo, uma atitude punk e pós-punk e a tecnologia de agora.De Young Liars até Return to Cookie Mountain, muito mudou.
New Health Rock (2004)

Young Liars (2003)

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Ok Calculator (2002)

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Read Silence (2009)

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Return to Cookie Mountain (2006)


Dear Science (2008)

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Desesperate Youth, Blood Thirsty Babes (2004)

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domingo, 4 de outubro de 2009

Alice in Chains - Black Gives Way To Blue (2009)

Minha banda preferida dos anos 90. Esse disco, junto com o Junius destoa um pouco do que ando postando aqui. São mais pesados. Meu gosto é bem variado, gosto de boa música.
Este é o novo álbum de estúdio de Alice in Chains, que foi lançado no dia 29 de setembro, mais de 13 anos após Tripod. Black Gives Way To Blue é uma grata surpresa, uma âncora segura para um barco que, há anos, estava à deriva.
As comparações são e sempre serão inveitáveis. Mas William DuVall, que entrou na banda em 2006, sabe disso. Nesse período, novos shows e preparação para o novo desafio. Expectativas superadas. Layne Staley sempre será Layne Staley. Mas ele morreu e o Alice in Chains, ao contrário do que muitos imaginaram, e até desejaram, não.
Alice in Chains tem algo que poucas bandas conseguiram: identidade. Já nos primeiros acordes de A Looking In View, que já tem vídeo oficial, ou Check My Brain (essa música tem um som hipnótico), uma certeza é universal: isso é Alice in Chains.
Com a guitarra forte e imponente, Jerry Cantrell nos presenteia o clima melancólico e sombrio que só Alice in Chains poderia proporcionar. Mas, ele sozinho seria Jerry Cantrell solo. Nesse aspecto, William DuVall caiu como uma luva para a banda. Com o timbre semelhante, mas sem a rouquidão de Staley, DuVall completa o ambiente que não seria o mesmo sem essas duas vozes juntas.
Num primeiro momento, o baixo de Mike Inez não parece tão criativo quanto em Jar of Flies, mas acredito que isso muda com a audição das músicas em equipamente de maior qualidade. E Sean Kinney permanece eficiente na bateria.
Ao final do álbum, a música Black Gives Way To Blue homenageia o falecido vocalista que cantou e sofreu por 15 anos a frente do Alice in Chains. Black Gives Way To Blue, o álbum, é a nostalgia ampla, completa, que nos faz lembrar do Alice Chains com Staley, mas também nos avisa que a banda permanece viva e continua fazendo um som de muita qualidade.



Junius - The Martyrdom of a Catastrophist (2009)

Quase sempre os Estados Unidos me surpreende com bandas de qualidade , visto por exemplo os todo poderosos Agalloch e Neurosis e Isis (atendendo a calorosos pedidos ;p) . E eis que em 2006 eu conheço outra pérola oriunda dos EUA, o Junius. Desde a primeira audição do Blood is Bright (primeiro full-lenght da banda) eu fiquei impressionado com tamanha qualidade encontrada nesse cd.Desde então sempre acompanho o trabalho da banda, e quando fiquei sabendo do novo lançamento, The Martrydom of a Catastrophist, sempre que era possível dava uma garimpada na internet atrás do mesmo. E agora que achei, venho dividir com todos os nossos amigos do blog, mais uma obra de arte composta por estes rapazes, que com toda certeza ganhou um lugarzinho especial nos melhores de 2009.Classificar a banda dentro de um gênero é uma tarefa muito difícil, visto que a banda aderiu várias caracteristicas de outros estilos e moldou tudo dando origem a uma sonoridade única e própria. É notável a influência fortissíma do post-punk do Joy Division e do The Cure, e do post-rock mais épico de bandas como Explosions in the Sky e Godspeed You! Black Emperor e até mesmo do progressive-rock de um Oceansize ou dredg.Desde então a banda é vista pela crítica especializada como um dos grandes nomes do rock/metal atual, capaz de inovar sem soar clichê e cansativo, e alvo de criticas super positivas, como por exemplo a da revista Disclosure Magazine que declarou sobre a banda: "one of the most engaging Dark Rock albums to come out since Joy Division last graced a stage."The Martrydom of a Catastrophist é um álbum conceitual, inspirado na vida e nas teorias do polêmico/controverso escritor russo, Immanuel Velikovsky. Citações reais a partir de entrevistas e palestras são intercaladas entre as músicas, dando um sentido de narrativa para o processo. O álbum foi gravado por Kevin Mills e Syrowski Tom (Weezer, AFI) e masterizado por Dave Collins (Danny Elfman, Black Sabbath).Como eu disse ali em cima, definir o que os ouvintes irão encontrar aqui é uma tarefa complicada, então o melhor a ser feito é cada um tirar suas próprias conclusões. Mas já adianto que as chances de arrependimento beira os 0%. Registro essencial na coleção de qualquer pessoa.


sábado, 3 de outubro de 2009

Separações

Antes que me perguntem, isso não é pessoal. É apenas uma situação que acontece conosco ao longo do tempo. Acontece a todos... quem nunca perdeu aquela pessoa que te deixava com falta de ar, apenas ao vê-la? O texto fala sobre isso.
A vida muda em um telefonema, num encontro na rua, numa palavra mal colocada. E aquela pessoa que você falava tudo, vai pouco a pouco escapando da sua rotina. De repente, a gente não se liga mais, perde quase tudo que havia em comum, perde a rota. Pior é quando acontece o reencontro, e não há nada para se falar. Aquele espirito que esteve colado em você, por quatro, cinco, seis anos, vai se diluindo na sua frente. E um tal de buscar culpados e culpas, dizer que não era tão bom assim... era sim ! Era o máximo.
Talvez essas conversas surjam para atenuar a dor da perda. Não ter noticias é complicado. Não contar as novidades diminuem as importâncias dela. Tudo fica sem graça.
Claro que outras pessoas virão para os dois, e que aqueles momentos novos serão curtidos. Até que naquele dia, toca aquela música, vem aquele cheiro, passa-se por aquele lugar que era dos dois. E aí as dores voltam. E uma lágrima acaba escapando, apesar do barco seguir, da viagem continuar, aquele porto que ficou para trás causa uma saudade imensa. E tenha certeza, essa dorzinha é para sempre. Misto de fracasso, lamúria, frustração, buracos no sentimento da alma. Tomara que a gente volte mesmo em outra vida, em outro patamar, em um outro momento. Nem que demore uma eternidade, há coisas que precisam ser repetidas, quem sabe corrigidas. A vida de hoje vai seguir. Ninguém precisa de ninguém para viver. No entanto, quando se perde algumas pessoas, vive-se pior. Eu estou em um desses momentos de desemparo, buraco no peito, de vazio. Não posso julgar nada, não devo cobrar o outro lado. A não ser por um detalhe... será que não dava para me avisar que era a última vez? teria feito uma grande festa, seria uma noite especial. Sei que é besteira comemorar o fim, pelo menos não ficaria no ar de quando foi o último grande momento. Porque essas coisas aparecem do nada, de surpresa como eu já disse. Como aquele primeiro encontro. Só que do primeiro encontro você realmente não esquece e do último você não consegue lembrar, já que no seu coração ainda a existe a teimosia de que segue tudo era como antes.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mumm ra - These Things Move in Threes (2007)

Mais uma banda do sempre bom indie rock inglês: Mumm-Ra. O sexteto de Bexhill on Sea formou-se quando James “Noo” New (vocalista), James “Tate” Arguile (guitarra), Niall Buckler (baixo e vocais), Oli Frost (guitarra e vocais), Gareth Jennings (bateria) e Tommy B (teclados) tinham apenas 15 anos e eram colegas de escola. Esse toque juvenil pode ser sentido no nome da banda que tem livre inspiração no vilão do Thundercats. Strokes, Libertines e até um pouco de Interpol essas são as principais influências do grupo. O som chega perto ao de bandas como The Wombats e The Maccabees.
O Mumm-Ra conseguiu popularidade quando se apresentou no NME Awards Indie Rock Tour, ao lado de nomes como The Automatic, The View e The Horrors. Além disso, o festival classificou o grupo como uma das certezas de sucesso de 2007.