terça-feira, 25 de agosto de 2009

Beach House - Used to Be (2008)


Nada de continuação do sophomore Devotion. O disco saiu há poucos meses atrás e esse seven inches já tem gostinho de trabalhos futuros. Lado A traz a fantástica Used to Be. Alex inova com uma distorção shoegaze pegada, a melodia nostálgica, tradicional da banda, que sempre te remete à algo que você não consegue lembrar que época. E é claro, a melhor característica desse duo: A harmonia. Geometricamente intrigante, através dos incansáveis arpejos dos órgãos de Victoria.
No lado B, uma home recording da faixa Apple Orchard do primeiro disco, trazendo um violãozinho com slide de dar gosto e toda a rusticidade que só um 4-track e falta de maturidade pode nos presentear.

If you need download, contact me.

Telephate - Dance Mother (2009)

Depois de uma longa inatividade...... Perdoe-me a falta de tempo.

Nessa altura, é inevitável não criar grandes expectativas em torno de um duo do Brooklyn apadrinhado por Dave Sitek (TV on the Radio), que produz Dance mother. Mas desconfio que esse mesmo hype pode acabar ofuscando o fato de que trata-se, no fim das contas, do retrato de uma banda em formação, ainda sem rosto. Eu não saberia definir o som do Telepathe, e duvido que eles saibam.
Antes que alguém tome essa imaturidade como um problema, vale notar que este ótimo álbum de estreia se beneficia das rápidas transformações e múltiplas personas do grupo, formado por Busy Gangnes e Melissa Livaudais. Cada faixa abre uma nova possibilidade musical, que não é necessariamente aproveitada na canção seguinte. Lembra um pouco o método instintivo de um Gang Gang Dance e do próprio TV on the Radio. Mas o Telepathe é ainda mais generoso nesse espírito colaborativo.
A produção de Sitek, por exemplo, se integra de tal forma ao processo criativo do duo que uma das faixas, Can’t stand it, poderia ter entrado em Dear science (com camadas repetitivas de teclados, percussão e coros tribais). Já In your line é mais pop e econômica que qualquer canção gravada por Sitek – o produtor, percebe-se, sai da experiência também renovado.
Há alguns elementos recorrentes nas canções do disco: uma eletrônica meio assombrada, circular, que repete linhas curtas de baixo com vocais safados e versos desimportantes, à electroclash (So fine, Chrome’s on it e a excelente Lights go down soam como rascunhos superproduzidos, hesitantes, cheios de vãos). Mas é impossível simplificar essa história: cada canção, mesmo as mais derivativas, sobrevive a inúmeras audições, e acumula força com o tempo.
O que esperamos de primeiros álbuns? A descoberta de uma voz desconhecida, ansiosa por experimentar e se aventurar sem medo de decepcionar os fãs? Dance mother tem tudo isso, e, apesar de soar como uma típica estreia (repare como parece uma compilação prematura de hits), conserva uma atmosfera de mistério que não nos abandona.





download










segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Felicidade

Todos os homens buscam felicidade. E não há exceção. E independentemente dos diversos meios que empregam, o fim é o mesmo. O que leva um homem a lançar-se à guerra e outros a evitá-la é o mesmo desejo, embora revestido de visões diferentes.

Pascal

Um sorriso em troca de um sorvete, um abraço ou um beijo. As crianças são sábias quando conceituam, com uma simplicidade invejável, o que é a felicidade. No universo delas, a felicidade está em pequenos gestos, em uma partida de futebol com os amigos ou em uma refeição cheia de comidas gostosas. A felicidade não é uma sensação eterna ou um estado de êxtase, daqueles que se atingem nos momentos de extremo prazer. Estar feliz ou triste é um ir e vir. Apesar de difíceis, os processos de infelicidade também funcionam como um momento para amadurecer, pensar e repensar as atitudes, os projetos. as pessoas perdem tempo demais tentando buscar explicações ou motivos para o que as deixa para baixo. Na contramão da tristeza, não existe uma resposta certa ou única sobre o que fazer ou como chegar à felicidade. Mas existem pistas do que leva até ela. O filósofo grego Aristóteles afirmava, há mais de 2 mil anos, que a felicidade se atinge pelo exercício da virtude e não da posse. Mas ainda tropeçamos aí, não é mesmo?
Passamos a julgar nossa felicidade não pela situação atual, mas pela perspectiva de melhorar de vida no futuro.
A felicidade não é, afinal, uma posse permanente porque não dá para estar bem o tempo todo. Mas também não precisa ser uma eterna projeção. Vale a pena passar os olhos no que temos tão ao alcance das mãos. Parece simples? E quem disse que não é? Os maiores especialistas no assunto ainda não têm diplomas nem títulos, mas, moldados pela inocência, nos dizem os muitos lugares onde mora a tal felicidade. É só não esquecer…
Você é Feliz?