quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Foals - Antidotes (2008)
Quando, em meados do ano passado, vi e ouvi o videoclip de “Hummer” nos seriado Skins, os Foals pareceram-me mais uma banda que ia beber à quase esgotada fonte do pós-punk, ainda para mais com uma pose aparentemente altiva do seu vocalista. No entanto, o ritmo e a forma como usavam as guitarras deixou-me uma agradável impressão na memória. Passados meses, o álbum de estreia começou a ser abordado antecipadamente em blogs e na imprensa, pelo que a curiosidade aguçou-se.Formaram-se das cinzas de uma banda de math rock, corrente underground do rock caracterizada por estruturas rítmicas irregulares e uma certa dissonância e angularidade nas melodias (não será de todo inocente que tenham baptizado um single de “Mathletics”). No disco de estreia há reminiscência desse período, apesar dos Foals lhe darem uma roupagem mais acessível, como que a piscar o olho à pop. De facto, conseguem bons momentos pop, mas sempre dirigidos por uma não linearidade pouco comum em bandas com algum sucesso. O vocalista Yannis Philippakis consegue tirar bom partido das suas limitações vocais para envolver os temas em harmonias cativantes mas frequentemente distantes da alternância verso-coro. As guitarras conduzidas por Yannis e Jimmy Smith são quase sempre rápidas, dedilhadas (talvez isto explique porque as empunham junto ao peito), entrecruzadas, sequenciadas de forma atípica, sujeitas a gradientes de densidade e sintonizadas em harmónicos invulgares. Cria-se então um certo nervosismo instrumental e vocal, catalizado pela bateria musculada de Jack Bevan, desenvolvido e condensado em composições mais curtas do que seria expectável. A esta abordagem técnica e experimental acresce o apelo rítmico e a beleza de alguns momentos mais ambientais, pincelados por sopros (membros dos Antibalas, convidados por Andrew Andrew Sitek, o produtor original), coros (Katrina Ford dá uma ajuda em “Red Socks Pugie”) e electrónicas, conferindo ao disco uma coesão espantosa, apesar da disparidade de influências que se possam descortinar.A cada audição o álbum cresce, entrenha-se, revela-se e entusiasma. Muito bom começo para este britânicos de vinte e poucos anos.
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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Camille - Le Fils (2005)
Acho que o Blog está começando a tomar forma. Vou postar bandas que tocam pouco por aqui e fazem muito sucesso lá fora tanto em mainstream como alternative. Como Camille. Como comentei deste album no post anterior, resolvi colocar.
A Camille é a Bjork da França. Esse é o bordão repetido à morte pra descrever a talentosíssima cantora francesa. Mentira. Camille é muito mais talentosa e menos auto-referente que Bjork. Ouvir Le Fil é um prazer, não uma experiência maçante e sem ritmo como qualquer disco da chata da Islândia. O disco chama Le Fil ("o fio") porque uma nota musical é repetida continuamente em todas as canções, interligando-as. Você ouve, o tempo todo, a música da nota, ao fundo, em canções de pop sofisticadíssimo cantadas em inglês e francês com voz de mulher forte. Sabe pretensão que funciona? C'est branché.
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Estilo: french pop / sophisticated pop
A Camille é a Bjork da França. Esse é o bordão repetido à morte pra descrever a talentosíssima cantora francesa. Mentira. Camille é muito mais talentosa e menos auto-referente que Bjork. Ouvir Le Fil é um prazer, não uma experiência maçante e sem ritmo como qualquer disco da chata da Islândia. O disco chama Le Fil ("o fio") porque uma nota musical é repetida continuamente em todas as canções, interligando-as. Você ouve, o tempo todo, a música da nota, ao fundo, em canções de pop sofisticadíssimo cantadas em inglês e francês com voz de mulher forte. Sabe pretensão que funciona? C'est branché.
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Estilo: french pop / sophisticated pop
Music Hole - Camille (2008)
Com o que fez no álbum Le Fil, seu segundo disco solo, Camille Dalmais chamou tanto a atenção de crítica e público do mundinho da música alternativa que, não é exagero afirmar, alavancou para si o posto de maior sensação da música francesa nos últimos anos. Por esse motivo, o seu álbum subsequente vinha sendo aguardado ansiosamente pelos fãs que não sabiam o que esperar da francesa depois do experimentalismo pop de Le Fil. Com o lançamento de Music Hole nesta segunda-feira a curiosidade foi saciada: no seu novo projeto, Camille dá continuidade à exploração da musicalidade desenvolvida no disco anterior, que esquadrinhou, com temperança, as possibilidades da voz humana como instrumento melódico. Na canção "Cats and Dogs", Camille mostra isso de forma deliciosa, povoando a segunda metade da faixa, até então constituída apenas de um piano de acordes doces e uma "tuba vocal", com um almanaque de vozes que mimetizam festivamente toda uma variedade de grunhidos, gritos e urros do mundo animal: pássaros, porcos, elefantes, macacos, cabras, sem esquecer, claro, dos personagens que são a tônica da música - cães e gatos. Mas, além de retomar a pesquisa musical produzida até Le Fil, a cantora e compositora francesa adiciona ao seu repertório experimental a percussão corporal, um novo elemento melódico que incrementa ainda mais a experimentação desenvolvida por ela em suas composições. A utilização deste novo elemento na construção das melodias pode ser conferida em toda sua glória na faixa "Canards Sauvages": para emular um samba frenético, Camille contou com a ajuda de participantes do grupo brasileiro Barbatuques, que tamborilaram no próprio corpo para produzir a sonoridade percussiva acelerada que faz a base da melodia, composta ainda de ruídos de água nervosamente agitada e de múltiplas camadas da voz de Camille - capaz até de simular uma impagável cuíca vocal.E já que estamos falando de voz - e como não falar disso, quando tratamos de Camille? -, vamos falar de uma consequência sua: a língua. Ao contrário dos discos anteriores, Music Hole privilegia o inglês. Porém, as letras contam sempre com algumas boas rajadas da língua pátria da cantora quando a idéia é imprimir uma fluidez ao ritmo - algo fácil de notar no vocal de suporte que introduz a faixa de abertura "Gospel With No Lord", cheia da já conhecida vitalidade sonora da francesa, que joga jovialidade na música com boas doses de estalar de dedos, palmas e, na sequência final, um piano discreto e uma percussão seca encorpando a melodia.No entanto, quem conhece Camille sabe que a garota não sabe fazer só festa: sua capacidade de emocionar com composições tristes é também algo notável. Neste caráter, destacam-se a faixa "Winter’s Child" - que explora vocais melancólicos em trama algo arábica, sustentada na base por um vocal grave a la Le Fil, e no primeiro plano por uma combinação de versos em inglês e francês, com os quais a cantora abusa da sensibilidade espetacular de sua voz - e as baladas "Waves" - com um piano de acordes esparsamente dramáticos acompanhado por um arranjo vocal encantador que simula em sua rítmica a ondulação oceânica - e "Home Is Where It Hurts" - que é introduzida com um conjunto cativante de acordes de piano e baixo beat-box, que logo ganha a companhia de uma programação com cadência densa e vocais de apoio envolventes.Ao invés de mudar de curso sem respeitar a coerência do que já produziu, tentando reinventar a si própria, em Music Hole, Camille mostra porque é considerada uma das artistas mais importantes da música pop contemporênea mundial ao, de modo perspicaz, dar um passo a frente com prudência, brincando com o seu vibrante vanguardismo pop ao mesmo tempo que cuida não ultrapassar os limites que estabeleceu para tornar seu trabalho sempre deliciosamente acessível. Deste modo, Music Hole é, ao mesmo tempo, um disco arrojado e simples, cujas texturas melódicas soam inovadoras sem nunca perder a sensatez e bom gosto - um bálsamo pop para ouvidos cansados das agressões deselegantes que, infelizmente, são comuns à muito do que é feito no gênero atualmente.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
I put a spell on You (1965) - Nina Simone
Nasceu como Eunice Kathleen Waymon, dia 21 de fevereiro de 1933, em Tryon, Carolina do Norte e nos deixou dia 21 de abril de 2003. Vinda de uma família pobre, era a mais nova de sete irmãos, mas teve de começar a trabalhar muito cedo para ajudar a família, assim, ao terminar os estudos,acompanhava cantores ao piano até que em 1954 aceitou um emprego num bar irlandês,em Atlantic City e daí despontou e encantou gerações.
Nina naturalmente fazia a diferença, não era de se sujeitar a nada fora de suas vontades, era temperamental, ativista e combatia qualquer tipo de desigualdade, como o racismo, chegando a cantar no enterro de Martin Luther King.
A história dessa mulher é grande e eu não tenho muito tempo... Espero que vocês se fascinem também.
01 - I Put A Spell On You
02 - Tomorrow Is My Turn
03 - Ne Me Quitte Pas
04 - Marriage Is For Old Folks
05 - July Tree
06 - Gimme Some
07 - Feeling Good
08 - One September Day
09 - Blues On Purpose
10 - Beatiful Land
11 - You've Got To Learn
12 - Take Care Of Business
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Revolver - Beatles (1966)
Para quem não sabe, os Beatles são quatro rapazes de Liverpool.... Tu tá de sacanagem, não conhece? De qual planeta vc veio?. A maior Banda de todos os tempos !!! E o melhor disco na minha humilde opinião. Várias experimentações, George numa crescente com belas composições. Arranjos perfeitos. Espetacular!!!!!
Intimacy (2008) - Bloc Party
Banda Sensacional que conheci ano passado. Ela lembra aquelas bandas do movimento pós punk do anos 80. Tem aquela batida eletrônica com aquela guitarra na hora e na medida certa. Este Cd é o último dos caras, e a música que mais me chamou a atenção é Better than heaven. Não torçam o nariz. Dê uma chance para essa banda. Ah, para quem se preocupa com estilo, essa banda é considerada Indie. Dizem as más linguas que escorregaram no VMB do ano passado
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Rock It To The Moon (2001) - Electrelane
Electrelane tem sido, pelo menos pra mim, uma das melhores bandas do mundo. Não só por essas quatro garotas fazerem um som excelente, mas também porque são pessoas que amam o que fazem e gostam muito de compartilhar esse amor com os fãs. A banda é composta "atualmente" por: Verity Susman, Emma Gaze, Mia Clarke e Ros Murray. Dos criadores da banda, apenas a Verity continua. Juntas, elas lançaram 4 CDs ("Rock It To The Moon" em 2001, "The Power Out" em 2004, "Axes" em 2005 e o "No Shuts, No Calls" em 2007), 8 Singles e 1 B-Side. Em novembro de 2007, o Electrelane entrou no "hiato indefinido".
É o álbum perfeito pra aquela viagem chata em família.
Electrelane Rock It To The Moon (2001)
Inspiration Information - (1974) Shuggie Otis
Salve, Salve galera !
Este é o disco que deu o nome ao meu querido Blog ! Inspiration Information, de Shuggie Otis, de 1974 e depois relançado pela Gravadora de David Byrne em 2001, a Luaka Bop, dele mesmo... o lider e legendário vocalista dos Talking Heads. É som que mescla soul,R&B e Funk e algo mais. O meu destaque vai para Aht Uh mi hed, baladinha com um teclado matador.... Álias, esse foi o último trabalho de Shuggie, onde não teve muito sucesso comercial e o cara passou apenas a fazer produções e participações em outros discos. Ouvindo este disco, claramente vc percebe que ele poderia ter ido mais longe.....
Detalhe que não pode ficar de fora: Os Rolings Stones, antes de chamar Ron Wood para integrar a banda chamaram Shuggie Otis e este disse não ao convite feito em 1974 por Mick Jagger e Keith Richards para se integrar ao grupo. A vaga de guitarrista existia com a saída de Mick Taylor. Ron Wood foi a segunda opção dos Stones. Inspiration Information era a grande aposta de Shuggie Otis naquele ano. O disco do filho do músico de blues Johnny Otis trazia canções inspiradas e tocadas em grande parte apenas por Shuggie, considerado não apenas um guitarrista excepcional mas também respeitável baixista e tocador de bateria, piano, órgão e vibrafone. Os arranjos para metais também foram criados por ele. Pena que o mercado norte-americano não entendeu a proposta de funk com pitadas de soul, rock e outros gêneros musicais em voga na década de 1970. O fracasso retumbante retirou Shuggie de cena.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Smashing Pumpkins - Zeitgeist (2007)
A banda acabou em 2000. Depois de alguns projetos como o Zwan (com a ótima Paz Lechantin !), e uma tentativa de carreira solo, Billy Corgan volta com sua banda e suas idéias megalomaniacas. Ele e seu fiel escudeiro Jimmy Chamberlain e uma nova equipe de músicos já que James Lha e D'arcy Wretzky, não toparam uma nova empreitada, Billy Corgan aparece com um novo disco. Quer dizer nem tanto novo, já que o disco foi lançado em 2007. Nada que se compare a seus trabalhos anteriores, ou ao som de "Glass and the Ghost Children" do Machina de 2000, para mim a melhor deles. Há algumas músicas que lembram o velho o smashing pumpkins como a sapatada Doomsday Clock e a Baladinha That's the Way (my Love is). Bem chega de blá, blá e peguem o disco. E confiram esta nova fase. Aproveitem
01 Doomsday Clock
02 7 Shades of Black
03 Bleeding the Orchid
04 That's the Way (my Love is)
05 Tarantula
06. Starz
07. United States
08. Neverlost09 Bring the Light
10 (Come on) Let's Go!
11 For God and Country
12 Pomp and Circumstances
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01 Doomsday Clock
02 7 Shades of Black
03 Bleeding the Orchid
04 That's the Way (my Love is)
05 Tarantula
06. Starz
07. United States
08. Neverlost09 Bring the Light
10 (Come on) Let's Go!
11 For God and Country
12 Pomp and Circumstances
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